Primeiro domingo do Advento 2017

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Andar contracorrente

Procuremos viver este tempo de Advento, meditando sobre o modo como Deus entra na vida do ser humano e como ele se encarna, e nasce nesta a terra e na vida de cada um. Observando essa descida ao coração do ser humano, Deus mostra-nos um caminho para ir contracorrente, para subir contracorrente, como alguns peixes, nos rios, e captar, com a graça de Deus, o mistério do Natal, descobrindo alguns elementos essenciais para um bom caminho em nossa vida espiritual.

Para caminhar nas vias do Espírito, é necessário entrar na lógica do paradoxo, abandonar a lógica do utilitarismo e da conveniência e deixar-nos surpreender pela maravilhosa obra de Deus, que pode transformar o mal em bem, a guerra em paz, o ódio em amor, a perda em vitória; que ventres estéreis podem conceber ou uma virgem dar à luz, que escolhe o que no mundo é tolo para confundir os sábios e o que é débil para confundir os fortes.

O Advento, que estamos iniciando, tem, em si mesmo, algo de paradoxal: esperar o inesperado, que ultrapassa a expectativa do ser humano; ir ao encontro do Senhor que vem, que por mais ardente seja nossa espera, ela é sempre superada pelo desejo que Deus tem de estar entre nossos braços. E quando este abraço acontecer, na noite de Natal, veremos as quatro tímidas tentativas de nosso caminho espiritual, que a Escritura fala nos próximos domingos do Advento e no dia de Natal: ver o invisível, deixar transparecer o Seu mistério; tornar-nos pequenos para acolher sua grandeza; buscar o escondimento para que a Glória de Deus possa manifestar-se.

No caminho contracorrente encontramos olhares atônitos e espantados, obstáculos, quedas e lentidões, pois quem quer seguir o Senhor deve preparar-se para a tentação. Coloquemo-nos a caminho com a coragem e a confiança de quem sabe que toda a Igreja está a caminho e que, na estrada, nunca estamos sozinhos.

Oração

Senhor, que vens entre os seres humanos
mostrando-nos a coragem
de traçar caminhos nos desertos do mundo
de amar aquilo que não parece amável
de deixar-nos julgar para defender os últimos
dá-nos  a força de imitar tua liberdade.

Pe. Renato Tarantelli Baccaridiácono da diocese de Roma

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