2º Domingo da Quaresma de 2025

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Tudo sempre começa com um nome, nomear a vida significa fazer nascer, trazer à luz. Também naquele dia Jesus chama pelo nome, venham à luz, diz ele, chamando os três amigos.
Vir à luz caminhando nas costas de uma montanha. Subir e surpreender-se com a densidade do silêncio, subir e sentir o sol aquecer a pele, subir e uma pontada no coração pensando nos barcos deixados no lago, subir como aqueles que sobem a Jerusalém, subir como Abraão para compreender se Deus é um Pai ou um Assassino, subir como Moisés para compreender se vale a pena libertar um povo que não quer saber de liberdade, subir como Elias e sentir que Deus habita o Vazio… subir atrás de Jesus, em busca do rosto de Deus. Ver Deus. No final, nada mais importa à nossa vida.

E sobre aquele monte, se eu soubesse realmente descrever o que aconteceu naquele momento infinito de oração… Eu diria que vi um homem nascer, Jesus veio à luz enquanto rezava.
Compreende-se que era um homem chamado pelo nome, compreende-se que Jesus, naquele momento, deixou-se olhar, nu, frágil, apaixonado.

Nós desperdiçamos palavras, recitamos orações, consumimos sons vazios e permanecemos nas sombras, ele, no silêncio, na luz, tornou-se luz.
Tendo subido ao monte para ver o rosto de Deus, estávamos vendo o rosto do Filho. Mas não era apenas o rosto de um homem, era o rosto de um homem olhado com amor. Como quando alguém se apaixona por nós, em seus olhos vemos adoração, uma luz que nem sabíamos que existia e nós… e nós nos tornamos luz.
Rezar, amar, nascer, vir sempre à luz.

Amar é transfigurar a vida, acariciá-la com ardente paixão, com desejo solene, acariciá-la e deixá-la vir à luz. Amar é dar à luz. O rosto de Jesus se fez “outro”, a luz mostrava a verdade das pessoas, e também das coisas, habita sempre num Outro Lugar que nós podemos intuir, mas nunca possuir.

Pe. Alessandro Deho'alessandrodeho.com


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