Páscoa da Ressurreição 2025

Carta de ir. Anna Caiazza, superiora geral

Facebooktwitterredditpinterestlinkedinmail

Caríssimas irmãs e jovens em formação,

Diante dos nossos olhos desfilam, neste tempo, como num filme cuja memória infelizmente jamais se perdeu, cenas de guerra, morte, violência, injustiças, sofrimento gratuito, prepotência arrogante… E, então, como anunciar a Páscoa hoje? Como dizer ao mundo que ela é e continua sendo força de vida, fonte de alegria e esperança? Como deixar-nos invadir pela certeza de que a ressurreição de Jesus é ainda, e sobretudo nestas horas, Boa Notícia?
Não há outra resposta: é necessário, essencial, retornar àquele “primeiro dia da semana” e àquela manhã anunciada pela escuridão mais profunda da noite. Precisamos voltar lá para não sucumbir, para dar um novo rosto ao nosso crer, esperar, amar. Precisamos nos levantar, justamente quando a escuridão é mais densa, e ir, correr… Como Maria Madalena, como Pedro e João.

“Páscoa é voz do verbo hebraico ‘pèsah’, passar”, escreve Erri de Luca, escritor e poeta italiano apaixonado pelas Escrituras, “não é festa para residentes, mas para migrantes que se apressam na viagem”. E a primeira viagem a enfrentar é a da esperança — como nos recorda o Jubileu que estamos vivendo — porque só a esperança nos torna mulheres “pascais”, capazes de remover a pedra sepulcral da resignação, da decepção e da desconfiança, de ver sinais de vida onde parece habitar apenas a morte, de continuar comunicando, através das extraordinárias expressões da nossa missão, que o amor tem a última palavra, que cada dia é um milagre que se realiza, que a aventura de viver já tem os traços da eternidade.

Desde aquela incrível aurora da Páscoa, a esperança nos reveste como um esplêndido vestido tecido com os “panos fúnebres de um corpo de amor ressuscitado” (R.S. Thomas).

Vivemos dias de escuridão, e precisamos da luz do Ressuscitado para transfigurar a dor e as feridas, para enxergar em profundidade, com olhos “banhados de ressurreição”, onde a vida se esconde. E essa luz precisa ser espalhada: «“Vós sois a luz do mundo”, diz Jesus. “Brilhe a vossa luz”, diz Jesus. A luz de Deus está na verdade, na bondade, na graça. Páscoa luminosa!» (Beato Alberione).

Feliz Páscoa, feliz esperança a todas vocês, queridas irmãs, às suas famílias, aos membros da Família Paulina, aos colaboradores, amigos e benfeitores. Que a luz da Páscoa alcance cada um, cada uma, e seja sinal da presença do Ressuscitado.

Com grande carinho, em comunhão de alegria e esperança,

Ir. Anna Caiazza
e irmãs do Governo geral


Allegati