Natal do Senhor 2022

Carta de ir. Anna Caiazza, superiora geral

Facebooktwitterredditpinterestlinkedinmail

Caríssimas irmãs e jovens em formação,

a “peregrinação” do Advento – um tempo de pausa e silêncio, para saborear a “felicidade” de esperar pelas “coisas maiores, mais profundas, mais delicadas… segundo a lei divina da germinação, do crescimento e do desenvolvimento” – termina no coração da noite, onde São Lucas nos diz: “Havia alguns pastores naquela região que dormiam ao ar livre e vigiavam seu rebanho toda a noite” (Lc 2,8). De repente, o céu se abre e a escuridão se ilumina. A pessoas de reputação duvidosa, esquecidas, excluídas e excomungadas é dada a mais bela das notícias, um “evangelho” de alegria: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é Cristo, o Senhor”. O medo cede lugar à alegria anunciada: Deus pensou neles, Ele nasceu para eles! O espanto mais tarde se traduz em uma vigília de adoração aos pés do Menino.

Aconteceu, e ainda acontece: a luz vence a escuridão, o céu se mistura com a terra. A salvação é história, acontece na história, porque a história é o lugar da salvação. Este anúncio, que é Palavra de Deus, torna presente hoje o fato que aconteceu uma vez por todas. Esse anúncio chega até nós hoje nesta história, na nossa história, e nos torna contemporâneos ao evento revelado. É isto que São Leão Magno enfatiza em um seu discurso sobre o Natal: “Caríssimos, o nosso Salvador hoje nasceu: regozijemo-nos!”.

Sim, alegremo-nos, porque o Verbo se fez carne e na sua carne, na sua vida, ele nos revela Deus, nos fala dele e nos ensina a viver nossa humanidade, reconciliando-nos com a fragilidade, a pequenez e a provisoriedade. No “sinal” que o anjo dá (“um bebê envolto em faixas, deitado numa manjedoura”: Lc 2,12) está encerrado o segredo para assumir e viver mesmo o limite como um “lugar” de comunhão, de relacionamento com os outros e com o Outro, de misericórdia.

O Filho de Deus veio ao mundo como uma criança vem ao mundo, fraco e frágil, para que nós possamos acolher ternamente nossas fraquezas. E descobrir uma coisa importante: como em Belém, assim também conosco Deus ama fazer grandes coisas através de nossa pobreza. Ele colocou toda a nossa salvação na manjedoura de um estábulo e não teme as nossas pobrezas: deixemos que sua misericórdia transforme as nossas misérias! (Papa Francisco).

Alegremo-nos, porque a Palavra armou sua tenda em nós, habita em nós, nos faz sua palavra para abençoar, isto é, “dizer bem” de toda criatura, para reconhecer aquele fragmento divino que está em cada um, para honrar o mistério encerrado em cada existência.

Bom Natal e Feliz Ano Novo, caríssimas, também em nome das irmãs do Governo Geral. Augúrios para as vossas famílias, membros da Família Paulina, colaboradores leigos, amigos e benfeitores… E obrigado a cada um de vocês, pelo amor a vocação, a dedicação apostólica, o serviço atencioso, a oferta constante.

Com muito carinho, em comunhão de alegria e esperança.

  Irmã Anna Caiazza
superiora general


Allegati